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- Patti Smith + A Silver Mt. Zion - o lugar escolhido para este show surpresa foi o clube ucraniano. Não tenho certeza, mas acho que era uma igreja. Não houve ensaio, e logo na primeira música a Patti Smith se atrapalhou com o violão. Deixou ele de lado e recomeçou a música, só com o ASMZ acompanhando . E foi lindo. O show se dividia entre algumas músicas (sempre ficava perfeito), alguns poemas acompanhados pela banda (perfeição também - era como se a leitura fosse mais um elemento das sessions de improv), e mais outros poemas sem acompanhamento (sono... aí já é demais). Saí correndo sem ver o fim do show porque o Pere Ubu me esperava não muito perto de lá.
- Pere Ubu - diz aí, que banda com 30 anos de atividade ainda tem vontade de fazer um bis de 40 minutos? David Thomas é uma entidade, um monstro em todos os sentidos. Gigante, gordo, ele deixa uma cadeira no palco, pra sentar durante as partes instrumentais. Bebe o show interio. Fala entre as músicas, sempre muito engraçado. A banda inclui uma baixista made in Albinópolis e um baterista mais jovem que parece saído de uma banda punk californiana dos anos 80 e mais dois tiozinhos, um na guitarra e outro nos "efeitos". O show é bonito e sujo, pós-punk alienígena ao mesmo tempo cerebral e orgânico. Foi a primeira vez que vi canadenses pogando.
- The Most Serene Republic - uma das bandas mais legais da Arts & Crafts (Broken Social Scene, Feist, Los Campesinos, Stars), fez um show num lugar pequeno, no showcase do selo, aproveitando o lançamento do segundo disco. Comandados por um vocalista e trombonista figura e uma menininha que se divide entre guitarras e vocais, fazem um som que vai na linha do rock caótico do Broken Social Scene. Pós-rock juvenil, cheio de vontade, barulhento e, muitas vezes, até doce.
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- A-Track e DJ Mehdi - final de noite perfeito. O lugar devia ter umas duas mil pessoas, todas chacoalhando com a discotecagem dos caras, que juntam tudo aquilo que a gente gosta: hip hop, miami, pancadão, baltimore house, aquelas coisas da ed banger e "Jump Around", claro.
- Apollo Sunshine - não conhecia. A banda abriu para o Dr Dog. Psicodelia country na medida. Space-country, se me permitem.
- Dr Dog - o Dr Dog é daquelas bandas que dá gosto de ver ao vivo. Apesar do público pequeno, os caras são totalmente empolgados. As vozes são lindas e as harmonias vocais perfeitas. As músicas, que nos discos já têm uma vibe meio ao vivo, no show ficam ainda melhores. Processam Paul McCartney, George Harrison, The Band e Neil Young em clima de jam celebratória. Saí de cara.
- Ted Leo & the Pharmacists - taí um show que eu tava louco pra ver e acabou me desapontando. Não que tenha sido ruim. Mas, logo depois da "experiência" Dr Dog, o show acabou soando vazio. Valeu pela cover de "One More Time", do Daft Punk.
- Peer Pressure DJs - a Ana Laura definiu os caras como o Centro Cultural Batidão de Montreal. Fiquei honrado. Figuras locais com público fiel e espírito festeiro. Assim como A-Track e DJ Mehdi na noite anterior, "juntam tudo aquilo que a gente gosta: hip hop, miami, pancadão, baltimore house, aquelas coisas da ed banger e 'Jump Around', claro". Haha.
- Oakley Hall - só vi uns 20 minutos, porque tinha que correr para ver o Islands. Ótimos 20 minutos, diga-se. Saca aquele papo de "música cósmica americana" inventado pelo Gram Parsons? Esses caras - e minas - já podem se candidatar a herdeiros.
- Islands - eu amo o disco do Unicorns. E amo o primeiro disco do Islands. E eis que Nick Diamonds e cia - cia que inclui doi violinistas chineses de smoking, vale lembrar - fizeram de sua primeira apresentação em mais de um ano (no cabaret do Just For Laughs! fiquei feliz em visitar o lugar), um show de quarenta minutos, quase exclusivamente com músicas novas. O que eu posso dizer é que músicas novas estão fantásticas. Mas, quem espera surpresas, pode desencanar. Elas seguem a mesma linha das do "Return to the Sea". Durante o corpo do show, foram só duas músicas antigas. Antes de tocar a primeira delas, o Nick solta "não vamos tocar muitas músicas velhas. Nós odiamos elas". Depois dessa, a última antes do bis foi "where there's a will there's a whalebone", com participação, além do Subtitle (qu já canta na música), de outro cinco rappers se revezando (o único que reconheci foi o Cadence Weapon; suspeito que um dos outros seja o Buck 65). Já estávamos reclamando do show curtíssimo quando eles voltam para um bis de mais de meia hora. O Nick abrindo o bis: "Como eu já disse, odíamos as músicas do disco antigo. Vamos tocar uma delas pela última vez. Vomitei duas vezes por causa disso. Aliás, nem vou cantar esta música. Vamos chamar um convidado especial pra cantá-lo. Aaaantony!". Aí entra o baterista travestido de Antony e eles fazem uma interpretação à Antony pra uma das músicas deles. Sei lá qual, não reconheci. O bis ainda tem um versão gigantesca de "Humans". Delírio.
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- The National - Uma das coisas que chama atenção é que as músicas são estruturadas pelas linha pouco convencionais do baterista. Outra é o violinista possuído. A terceira é a bela voz do vocalista, que ao vivo ganha um contorno de fragilidade que não se esperaria. O show é concentrado no repertório de "Alligator" e "Boxer", dois dos discos mais legais do últimos anos. A músicas são lindas, e a casa lotada as recebe com reverência. Fechou o meu festival com chave de ouro.
- o que eu perdi - Caribou, Miracle Fortress, Final Fantasy, Man Man, Shapes and Sizes, Kid Sister, Cadence Weapon, Thunderheist, Jamaica to Toronto, Buck 65, Telefauna, Sunset Rubdown, Ron Sexmith, Lighting Dust, Eric's Trip, Grizzly Bear, Bocce e mais uma porrada de coisa...
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