Na verdade, hoje foi o primeiro dia do festival. Ontem foi só aquecimento. E já tô moído. Carrega três quilos nas costas, das duas da tarde às duas da manhã andando pra cima e pra baixo pra você ver.
Pelo menos o pra cima e pra baixo me levou pra muitos shows bons. Descobri uma coisa: não dá pra se planejar muito. Você faz meio que uma lista do que você pretende ver no dia, com algumas opções paralelras, e vai na fé. Na fé que vai dar errado. Hoje tentei ir na festa da Domino. Queria ver o White Williams. Nem rolou, a fila era gingantesca. Se ficasse na fila, perderia o show. A solução foi correr pra outra casa e ver a Laura Barrett na noite da Paper Bag Records. Já falei dela aqui. Bem legal, a apresentação da moça. Além dos milhares de calimbas, ela toca um lance meio de efeitos com o pé. Show plácido. Belo aquecimento pro início da noite.
Depois, o melhor show que vi no festival até agora: Sunburned Hand of the Man. Coisa linda de meu deus. Em suas jams espontâneas, os caras (e a mina) transformam barulho em celebração hipnótica. Tudo baseado em temas simples, quase rurais, de baixo e bateria. Depois, ainda mostraram-se gente finíssima na hora que os entrevistei.
Aliás, estrelismo foi coisa que não vi por aqui até agora. O acesso aos artistas é super tranquilo e todos têm se mostrado bastante solícitos. Um clap para a organização do festival: burocracia zero. É tudo calcado no bom senso dos participantes. E nunca vi gente tão simpática e bem treinada como o povo que trampa aqui.
Voltando à noite: depois do Sunburned, rolou uma camelada até o Austin Music Hall, onde tava rolando o Austin Music Awards, prêmio da música local. Legal que, entre um monte de artistas country e homenagens furadas, o Spoon papou uma porção de diplominhas emoldurados. Mas fui lá pelo show de encerramento: Okervill River com Roky Erickson. Tava esperando muito disso, afinal, o último disco do Okervill é o álbum do ano passado que mais ouvi neste ano. E o Roky é o Roky. Foi muito massa. Pena que foi muito curto: três músicas do Okervill e três do 13th Floor Elevators. E foi isso.
Voltamos correndo pra tentar pegar o Dan Deacon no Emo's, mas a fila tava dando medo. O plano b foi voltar à festa da Paper Bag, onde rolou a sorte de ver o Cadence Weapon ao vivo. Que moleque foda. Duvido que tenha show de rap muito melhor que o dele dando sopa por aí. Quando fui entrevistá-lo, contei que era fã do blog dele e ele disse que vai voltar a escrever.
Essa era segunda vez que tinha visto ele hoje. A primeira foi numa jam, no fim da tarde, na festa da Canadian Blast. Jamzinha impressionante, aliás. Só a fina flor da eletrônica / hip-hop canadense, incluindo aí, além do Cadence, Subtitle, Guinslain Poirier e Megasoid (um dos caras do Wolf Parade).
Essas festas da tarde são bocas livres gigantes disputando os credenciados com churrasco (ou comida mexicana), bebida e música. Antes da festa canadense, chegamos na da Ioda, onde o Curumin tocou. O show foi curtíssimo, quatro músicas, mas agradou forte. Teve até gringo tentando cantar o "cadê o din din". Na sequência, ainda nessa festa, rolaram dois belos shows que eu tava querendo ver: os escoceses do Frightened Rabbit e, principalmente, os mexicanos do Chikita Violenta.
Os miguelitos se deram bem. O show foi impecável e tinha gente importante lá pra vê-los: Jeffrey Remedios, da Arts and Crafts, e Cory Brown, da Absolutely Kosher. Ambos foram cumprimentar a banda depois do show.
Até tinha mais pra falar, mas meu corpo tá moído e tô com um puta sono. Já são quatro da manhã. Então é isso.
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