27 de out. de 2008

da pesada


Não vi tudo do Timfa, mas, do que eu vi, só dois shows foram bons de verdade: Dan Deacon e The National. E teve a participação do Har Mar Superstar no Neon Neon, que valeu o show. Mas quero falar é da passagem do Dan Deacon por aqui. Primeiro, tenho que dizer que o cara é um dos meu heróis da atualidade. Ele conseguiu traduzir o legado do Lightning Bolt - show no chão, coletivos underground, público tomado pela música, entrega total nas apresentações, DIY, diversão e consciêcia andando de mãos dadas - pra uma audiência maior, capitaneando toda uma geração de novos nomes que voltaram a fazer música pela música e não pelo oba oba. Posso dizer que passar alguns dias ao lado dele, portanto, foi uma honra. Mais legal ainda foi vê-lo ao vivo duas vezes. Não, eu não fui pro Rio. Ele tocou na casa do Sérgio, meu camarada, e figura por trás do Diagonal, Debate e Amplitude, entre outras coisas, depois do show do Tim.

Acontece, meu camaradinha, que o show do cara - assim como da maioria das bandas que mais têm me interessado na atualidade - é pra quem se entrega. Não rola pra quem fica lá atrás batendo papo. O legal foi que, entre os que decidiram se jogar, estavam desde uma molecada dezesseizanos - esses tavam lá desde antes de abrir a arena e tietaram o cara quando a gente passou em frente pra jantar - até indies véios. E o negócio foi contagiante. Não é um transe, como muitos por aí descreveram. O lance é mais lúdico, de diversão coletiva e celebração conjunta - sorrisos gerando mais sorrisos. O gordinho careca, nerd e de óculos conseguiu demolir com barulho, simpatia e boas melodias a empáfia blasé paulistana. Vale lembrar que, ao contrário do acreditam a organização do Tim e muitos jornalistas, Dan Deacon não é DJ. Faz música na hora com um set up tosco, com Casiotone, iPod Shuffle e muitos pedais. E, do chão, comanda a multidão como poucos fazem do palco - portanto, etá bem mais pra MC que pra DJ. Acabado o show, ouvi coisas como "Top 5 da minha vida" ou mesmo "Melhor show da minha vida".

Disso pra "melhor dia da minha vida" ou "um dos momentos mais mágicos que já vivi" foi um pulo. Com uma passada no Genésio. Durante um papo que passou obrigatoriamente por Lightning Bolt e devoção a Brian Chippendale, música para acampamentos, Tony da Gatorra, idéias de turnês quase mirabolantes ainda que possíveis e culminou com a história do show do Wolf Eyes no Milo, ele solta: "me arruma um P.A. que eu faço um show agora". Sérgio bateu no peito, chamou pra si, e ele fez o show. Todos e quem mais conseguimos avisar fomos para a casa dele, aka Sala 222, e a celebração prosseguiu. Não foi só show, foi festa mesmo. Teve até discotecagem, com direito "Gin and Juice", "Hokie Pokie" e muito Michael Jackson. E quem tava lá se divertiu muito. Olha um videozinho feito pelo Pedro do que foi aquilo:

2 comentários:

ana disse...

dago! estava mto esperando alguém colocar em palavras o show do dan.
eu queria, precisava expressar como foi o show dele para as pessoas mas as palavras ficam poucas. e é ótimo ver algo escrito por aí de quem estava ali no meio da festa, pulando, gritando, sorrindo, suando (!)
depois do show procurei resenhas do show e estava esperando alguém falar : PQP! FOI FODAAAAAAA!!! mas no fim todo mundo que escreve por aí fica se mantendo de fora, quer falar bem e mal ao mesmo tempo. as pessoas deviam se privar menos de se divertir quando elas estão ali. é a hora que ng vai te julgar, ng vai olhar sua roupa, ng sabe quem é vc e se souber ng tá nem aí.
e o que mais fiquei feliz no tim é que tanto no dan, no gogol e até no national, tinha um monte de gente a favor da diversão. pulando, cantando, batendo palma e fiquei feliz que o mundo não é uma chatice e que tá todo mundo carente de diversão. e se for verdadeiro todo mundo vai pular com a música que for.
e hoje tinha entrado no seu blog, e no meio do trabalho fiquei pensando que queria estar agora é no dagofest! :)

denis disse...

esse post aqui, dago, foi foda!