O primeiro dia de festival, pra mim, pegou no tranco, mas terminou fenomenal. Manhã preguiçosa depois da bagunça de ontem, uma demorada saída pra comprar um celular local (US$20, acreditem), e finalmente, no começo da tarde, cheguei ao centro de Austin. Fê e Beto esperavam no quintal do Beauty Bar, onde ocorria o primeiro showcase paralelo dos brasileiros.
A surpresa - ou nem tanto - é que vários brasileiros não apareceram. Não se sabia do Canja Rave - nem se vieram de fato - nem do Vinil Laranja, que está na cidade, mas não foi ao show. Se pá não tavam ligados. Ontem vi o David, da BM&A, reclamando que as bandas brasileiras não leem email. Tipo, os caras conseguem o mais difícil que é chegar aqui e não aparecem no show, ou não se ligam que têm que providenciar backline.
De qualquer forma, foi uma tarde agradável, com cerveja grátis e público crescente, que culminou com um show devastador do Holger. De fato, o Pato Fu não conseguiu vistos pra vir pra cá e os moleques supriram a posição de headliners da tarde como competência de veteranos e entusiasmo de quem ainda não consegue acreditar no que está se passando. Foi foda. Emoção fudida, uma hora em que o Pedro olhou pra mim com cara de "meu, isso tá acontecendo". Pata, tomado, passou mais da metade do show no chão e a guitarra do Tché é cada vez mais absurda. Muitos gringos assistindo. Belo primeiro passo pra uma carreira internacional.
Antes deles, nesse palco, vi o River Raid com um show competente, ainda pra poucas pessoas, mas com momentos VA de "this is rock and roll, baby" entre as músicas, e o La Pupuña, que conquistou o povo com sua surf music amazônica.
De tarde, ainda sobrou tempo pra alguns petardos. Yoni Wolf, do Why?, em show solo, só teclado e voz apresentou algumas músicas do disco novo da banda, que deve sair em setembro. No final do curto show ele emendou a dobradinha "The Hollows" e "These Few Presidents", duas das melhores do Alopecia. Fino. Antes dele, no palco interno da mesma casa, descobri o DMG$ (fala-se damaged goods), dupla de MCs do Texas acompanhada pelo DJ alemão Xrabit, fazendo rap eletrônico, atualizando pra um padrão maximal o rave rap do início dos anos 90. Durante o show - que pegamos já quase no final - eu só pensava "nossa, preciso tocar essa porra no Neu LOGO".
Na mesma festa, ainda teve o Themselves, dupla formada por Jel e Doseone, membros-chave da cena Anticon. Já tinha visto os dois juntos no palco num show do Subtle. Despido de banda, o som continua impressionante. Jel é o ligeirinho da MPC e o Doseone tem um flow alucinado. Depois, vi um pouco do show do Fol Chen, molecada fantasiada claramente inspirada pelo Architecture in Helsinki e, principalmente, Of Montreal. Show lega pra uma tarde ensolarada.
De lá, pra ver o Mae Shi. No ano passado, quem acompanhou o bima no Texas, tem idéia do quanto eu fiquei impressionado com esses caras ao vivo. Dessa vez, tirei a prova dos nove e levei testemunha.
De noite, rolou uma passada no The Rio Grande pra ver o Nancy fazer um belo show numa noite brasileira capenga. O lugar é um restaurante mexicano meio fora do eixo, ou seja, fora alguns gatos pingados, eles tocaram pra quem tava comendo lá, que não devem ter gostado da barulheira que eles aprontaram. Outros brasileiros se apresentaram, mas não fiquei pra ver. Tava deprê.
Pricipalmente de noite, aqui você tem que ter plano A, B e C. Plano A: colar no Mohawk e ver Themselves, Yoni, The Chap e Dosh, entre outros, abortado por falta de espaço. Plano B: show do Decemberists no Stubb's, também abortado por causa da fila gigantesca. Restou o plano C, que gerou o grande momento do dia: o show do Parenthetical Girls no showcase da Tomlab. Bom, tinha que falar horas sobre esse show, mas tenho que sair agora porque o dia vai ser longo.
2 comentários:
E um pena que voce nao ficou para ver as outras bandas, acabou ficando meio cheio. Muitas pessoas ficaram e gostaram do show. A noite nao foi capenga, se tivesse ficado, voce iria curtir....
ler essa review!
http://blog.synthesis.net/2009/03/21/oxe-brazilian-swamp-rock-march-18th-sxsw-2009/
Brendan
é um absurdo dizerem que a CANJA RAVE simplesmente não apareceu no show... por que vc não se informou direito?? todos os shows OFOCIAIS do festival fomos avisados com atecedência e nunca deixaríamos de cumprir um compromisso, ainda mais pela dificuldade de conseguir participar do festival. Não sei quem deveria ter nos avisado desse show se a Tronco ou a BM&A, o fato é que até hoje estamos esperando esse tal email...aliás nossos emails são respondidos e vistos sempre em menos de 24 horas. Me parece que alguém que foi imcopetente está tentando dizer que as bandas é quem são amadoras. Uma pena! nossos shows foram incríveis e todos que viram adoraram, principalemnte os gringos. É muito triste que brasileiros boicotem os próprios brasileiros!!
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