Dia intenso. Começou comigo participando de dois debates. O primeiro, junto com Don Wilkie (Constellation Records, de Montreal), Violaine Didier (Nuits Sonores Festival, de Lion), Maximillian Lawrence (Space 1026, da Filadélfia) e Kalle Lundgren (Pitch & Smith Booking Agency, de Estocolmo) tinha como tema "Ecologia de uma cena: cultura independente de Estcolmo a São Paulo". A contraposição de diferentes realidades e ecossistemas foi bem interessante, embora o debate tenha sido curto. O outro, foi uma série de mini-palestras discotecadas, com o tema "Música das ruas do mundo", em que dividi a mesa com os etnomusicólogos Wayne Marshall (Wayne and Wax) e Briam Shimkovitz (Awesome Tapes From Africa) e os DJs Valeo (Masala) e Jace Clayton (mais conhecido como DJ/Rupture). Sobre este, basta dizer que, se não estivesse na mesa, gostaria muito de estar na plateia, principalmente pra ver a parte de Wayne e seu "To Meme or Not To Meme", genial acompanhamento de uma certa melodia jamaicana na medida em que ela é reproduzida através dos anos em diferentes lugares e gêneros musicais. Ótimo.
Comecei a noite vendo o Faust na Federação Ucraniana. Confesso que comecei a cochilar antes de o show começar e o cochilo foi show adentro durante as primeiras músicas. Sentar em festival dá nisso. O show em si foi bom, eles tocaram clássicos e coisas novas, mas, muitas vezes, algumas coisas me pareceram caricatas - coisas que na época áurea da banda deviam ser geniais. O mais legal é ver que eles ainda se divertem no palco e acreditam no que fazem. E, pô, vou poder contar pros meus filhos - é lógico que eles não vão se interessar - que já vi "Sad Skinhead" ao vivo.
De lá, fui ver o Lemonade. Bom, vou dizer que não gostei muito desse show deles. O pior é que, no dia seguinte, a mesma banda me deixou impressionado. Então falo sobre eles no próximo post. Saí pra ver o Holger tocando em uma festa fechada. Era numa casa, na sala da casa, com cerveja e nachos grátis. A parada era caótica, ou seja, perfeita pra eles, que mais uma vez ganharam o público, apesar do som zoado.
Aí fui ver o Think About Life, que me deixou de queixo caído. O lugar tava lotado, a banda é amada na cidade. O trio é composto por um baterista, um guitarrista e o vocalista figura Martin. A vocalista do Shapes and Sizes (ela é do Miracle Fortress também, uma das bandas mais fudidas de Montreal) participou de quase todo show. O som tem muita eletrônica e o vocal parece sempre fora do lugar, Martin é um soulman sem voz com postura de rapper. Quem acompanha o Bima sabe que adoro shows em que rola simbiose entre banda e público. O Think About Life é mais um caso extremo. Stage dive, invasão de palco, inside jokes e músicas na ponta da língua da plateia. Puta show. Depois ainda rolou after party monstra no Il Motore - e carona na van do Lemonade de volta pro hotel.
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