22 de out. de 2009

pop montreal - dia 5

Dia de Piknic Életronik. Trata-se de uma festa que rola todos os domingo durante o verão e início do outono no parque Jean Drapeau, em uma ilha, de frente pra cidade. O lugar é incrível e a vibe nem se fala. Esse ano, esta data do Piknic foi incorporada ao festival. Pena que tava chovendo. De qualquer forma, colei pra ver o Valeo. Pena que ele não conseguiu vir para o Brasil com o Poirier, porque ele destrói. Manda funk carioca, kuduro, cumbia digital, dubstep, reggaeton e o que mais viesse num set impecável. Missão 2010: coseguir trazê-lo pra tocar na Explode. Depois teve o DJ/Rupture, que esfriou o clima com meia hora de cumbia roots antes de entrar num set fraquinho. Fugi da chuva e fui descansar pra noite.

Fui passar o som - sim, DJ também passa o som, haha - e descobri que, além do Lemonade e do Cadence Weapon, o Tanlines também tocaria. Massa, porque não os tinha visto abrindo para Os Mutantes, por razões óbvias. Descobri também que ia tocar com o equipamento do Cadence Weapon. Beleza.

Era a festa de encerramento do festival, só pra convidados, bandas, organizadores e voluntários. O local era o mesmo Clube Lambi onde o Holger tinha tocado na primeira noite, casa pra umas 500 pessoas. Quem abriu foi o Lemonade, pegando a casa enchendo aos poucos e o público começando a esquentar. Mas, ao contrário da noite anterior, fizeram um show cabuloso. As músicas do disco novo, que ainda não tá pronto, conseguem ser melhores que as do primeiro, e som é um dançante encontro entre a Madchester do Happy Mondays e o revival pós-punk nova-iorquino de gente como o !!!. Tudo temperado com influências globais, principalmente latinas e asiáticas. E um baterista que é um monstro.

Tanlines foi ainda melhor. A dupla do Brooklyn foi abraçada por um quem é quem do hype - os selos True Panther Sounds (Girls, Lemonade) e Young Turks (XX, Wavves, El Guincho), faixa em coletâea da Kitsuné - e, incrivelmente, não soa como nada que poderia alcançar tal feito. Mistura eletrônica lo-fi com com beats programados e guitarra e percussão tocadas ao vivo, produzindo um som ao mesmo tempo hipnótico e dançante.

Aí veio o Cadence Weapon. Esse eu já tinha visto no Texas e sabia que era foda. Mas em casa - ele é de Edmonton, mas vive em Montreal - o jogo tava mais que ganho. Ainda mais com o clima de festa que rolava. O cara é muito bom no palco. O público vai junto. Acabado o show, ele o DJ começaram a festa, e começaram a invadir meu horário. Beleza, tava me divertindo. Aí o stage manager surtou e praticamente expulsou-os de lá.

Então entrei pra fazer meu set e foi uma loucura. Não dá pra descrever muito porque fiquei naquele transe de palco fudido. Só sei que na segunda música o palco já tava lotado de gente dançando, incluindo o pessoal das três bandas anteriores. Foi inacreditável. Nunca esperava uma recepção assim. O clima se manteve mesmo com as luzes do clube acesas. Aí, quando não dava mais pra segurar, cortaram meu som e saí aplaudido, tipo show. Incrível.

Seguiu-se então uma sequência de conversas surreais pra mim. Tipo o Cadence Weapon e o DJ dizendo que, se soubessem que ia ser tão bom, teriam saído bem antes. Ou o baterista do Lemonade surtando porque toquei De Lorean com Deize Tigrona. E a equipe do clube dizendo que foi a primeira vez que eles viram alguém conseguir tocar depois do Cadence Weapon. Ou um dos Tanlines perguntando sobre minhas tours na Europa. Haha. Pra terminar, ainda teve uma after party na Federação Ucraniana. E fui dormir às 9 da manhã. Esperando o festival do ano que vem.

2 comentários:

Mondo Foolish disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Dan Lopes disse...

massa