Bom, o Lúcio levantou uma discussão sobre a qual vale dar meus 50 centavos, mesmo porque ele cita o "fim da Peligro" no meio dela. Algumas coisas precisam ser ditas.
1. Não existe nem nunca existiu indie no Brasil. Indie não é usar all star e gostar do Oasis. Indie não é frequentar a Funhouse ou se emocionar quando o Guab toca Radiohead. Isso é o estereotipo de indie que se criou no Brasil. Indie não é nem nunca foi um gênero musical, caralho. Indie rock é um gênero musical, assim como o indie pop. Indie é um modo de encarar a música e seu mercado. Tô num lugar, Montreal, onde realmente existe uma comunidade independente. No Brasil, só existe cena e os scenesters. O que é algo bem diferente. Aqui indie não é tribo-matéria-do-Folhateen. Indie é quem de alguma maneira se envolve com música ou arte independente em geral, seja criando, divulgando, marcando shows, escrevendo sobre, discotecando, fundando uma gravadora, abrindo um clube, fazendo pôsteres, assistindo aos shows ou o que seja, buscando uma maneira de fazer suas coisas fora do mercado corporativo. Não existe morte ou renascimento do indie no Brasil porque simplesmente ele nunca existiu. Indie brasileiro é tão ridículo quanto skinhead brasileiro. Conceitos deturpados pela falta de educação e informação da nossa classe média.
2. Aqui o indie é fã de música, não de gêneros. Tô de saco cheio de neguinho que se acha ultra-radical ficar pedindo a porra da bandinha inglesa do momento ou a mesma do MGMT toda noite. O que tem de radical nisso? E da Inglaterra só tem saído merda ultimamente - isso é outro papo, mas foda-se. Aqui, a mesma pessoa que se empolga com o pop dançante aprovado pela Pitchfork do Lemonade, assiste, na mesma noite, o DJ/Rupture misturar cumbia e dubstep. Sim, eles estão fazendo shows juntos. No Brasil, o indie é tão burro, mal-informado e limitado quanto o fã de axé ou de música sertaneja. Com um agravante: a arrogância.
3. Tive a honra de participar de um debate ao lado de Don Wilkie, um dos fundadores da Constellation Records, tremenda fonte de inspiração em tudo o que faço relacionado à música. Na tarde anterior, fui à sede da gravadora e fiquei chocado com o que eles conseguiram. Isso, cobrando preços honestos, nunca utilizando trabalho "escraviário", sempre respeitando seus consumidores, nunca fazendo concessões e sempre norteando seus lançamentos pela qualidade tanto artística - o que é subjetivo - quanto gráfica e dos materias utilizados em seus produtos. No debate, falávamos sobre comunidade independente - eu eu disse que em São Paulo não havia uma -, quando ele citou o exemplo do Godspeed You Black Emperor!, a banda que mais vendeu dentro do selo e que investiu tudo o que ganhou de volta na comunidade. Ajudaram a montar a Constellation, montaram um estúdio - o hoje famoso Hotel2Tango -, abriram um café com espaço pra shows e uma casa de shows de médio porte. Resultado: colocaram Montreal no mapa da música que importa no mundo. Se hoje a cidade exporta Arcade Fire e A-trak, Islands e Malajube, boa parte da culpa é deles, que criaram um ambiente para que a música boa florescece.
4. Fui no show do Think About Life. Você não deve conhecer a banda, embora isso poderia te fazer bem. Era longe, tava frio, um monte de bandas mais conhecidas tocavam na mesma noite. E o lugar tava lotado. Lotado de moleques surtando, fazendo stage dive, invadindo o palco. O indies velhos também tavam lá. Por que? A resposta, pra quem mora aqui, parecia óbvia: "Eles são daqui". Claro, o público local apoia as bandas locais. Tá certo que o show dos caras ajuda. Puta show, por sinal.
5. A Peligro, ao contrário do que diz o Lúcio, nunca foi uma festa indie no sentido brasileiro do termo. Era uma festa de bandas e discotecagem. Em termos de banda, recebemos do tecnobrega Tecno Show e o funk da Deize Tigrona aos inclassificáveis experimentadores como Lavajato e Índios Eletrônicos, além de muito hip hop e música eletrônica. Isso, fora a Mallu Magalhães. Claro que tinha muito rock entre as bandas, mas era só mais um elemento. Assim como nos meus sets. Sabe quanto mudei meu set da Peligro pra Explode? Nada. No mais, quero bem longe de mim o público que ainda sai na noite pra ouvir a mesma do Strokes. Quero pra mim a molecada que saca que Buju Banton é tão bom quanto Dirty Projectors, e que se pode dançar com Phoenix e Vampire Weekend, mas também com Cool Kids, Very Best e as coisas da ZZK. E eles tão aparecendo no Neu toda sexta e se divertindo muito. E gritando e se jogando no chão. Nada me deixa mais feliz que isso.
6. Bom, dito tudo isso, quero ressaltar que gosto muito do Lúcio e sempre fui defensor do papel dele como jornalista pop. Acho que ele cumpre uma função necessária. E é gente boa. Esse lance da coluna dele foi só um estopim pra eu botar aqui algumas coisas que eu penso faz tempo.
7. Tô escrevendo isso no vácuo de uma semana de sonho em Montreal, vendo shows incríveis, conhecendo ídolos, vendo o Holger representar e ganhar muitos fãs por aqui, e tocando no encerramento do Pop Montreal numa noite que vai ser difícil de esquecer - o público invadiu o palco e ficou dançando em cima, não ia embora nem com as luzes do clube acesas; nunca na minha vida recebi tanto elogios por um set; e saí de lá aplaudido pela plateia. Sem tocar aquela do MGMT.
ps gosto muito do MGMT. Do disco, pelo menos.
43 comentários:
texto do caralho. finalmente leio algo que bate com uma opinião que estava adormecida em algum canto escuro do meu cérebro.
quando li o texto do Lúcio Ribeiro me perguntei: "mas será mesmo que existiu indie?". como não tenho envolvimento profissional nesta área e não moro em SP, não podia tirar esta conclusão.
teu texto me fez lembrar dos meus 15, 16 anos, quando conheci Wilco, Flaming Lips, Grandaddy etc etc e achava que ser indie era se sentir livre para gostar de sons menos comerciais independentemente do gênero. pobre coitado e naive. hahahaha
comecei a frequentar baladas aos 18, quando batia cartão na Popscene, dos queridos amigos Hector Lima e Flávia Durante. foi lá que a minha imagem libertária sobre o indie ruiu e o estereótipo até se tornou motivo para fazer chacotas com amigos.
a minha impressão é de que as pessoas estão cada vez mais se restringindo a certos nichos musicais. basta ouvir a resposta de muitos que fazem questão de dizer que são ecléticos. hehe
af, falei demais.
[]'s
ps.: o Oracular é chato e o show deles é terrível! kkkkk
pois é, dagão!
do seu post, o que mais mexeu comigo foi você falar do think about life e da galera apoiando o que é de lá.
aqui, se vc não for o hype do momento, é difícil alguém ir no seu show para dar uma força para o trabalho que vc está fazendo e construir um relacionamento com outras bandas do "mercado independente".
ainda penso que isso vai mudar de alguma forma!
clap clap clap clap clap clap clap clap clap clap
acho que você está correto quando diz que não existe um apoio mútuo, mas acho sim que existem pessoas fazendo coisas sem a ajuda de patrocínio ou depender de alguma corporação, o que na minha opinião é indie.
Concordo também que talvez não exista um movimento, existem alguns corajosos aqui e ali.
Cara, eu acho o seguinte: Indie, no Brasil, é o nome dado para uma tribo que escuta certo tipo de música, não interessa se a banda é maisntream ou não, aqui no Brasil é diferente, não é igual o Canadá, Inglaterra ou qualquer país do mundo, somos diferentes.
Devem existir indies brasileiros com pensamentos de indies gringos, igual você, mas vocês NÃO SÃO a porra do indie no Brasil,
O movimento de bandas independentes é realmente uma piada, mas por culpa do individualiso idiota que todo brasileiro tem, que não é um povo que luta para o povo crescer, mas que luta para crescer sozinho e foda-se quem tá do lado.
Indie aqui é gostar de The Strokes, Franz Ferdinand, MGMT, The Killers e o escambau, por mais que essas bandas estejam no mainstream, isso é o que é ser indie para o brasileiro.
Claro que se ouvirmos alguma banda brasileira ou de qualquer país gringo, que não esteja no cenário mundial, mas que gostamos, vamos escutar e isso também é ser indie pra gente.
Nosso conceito para o que é indie é mais amplo, se você quiser pagar pau pra gringo (que eu acho que eles merecem só na parte de como o meio musica independente lá é organizado, não como as pessoas são, porque eu amo ser brasileiro e tenho orgulho que a gente goste de coisas que tão famosas, sem ligar pra isso e falar que se venderam), pague, mas não fala merda não.
Não temos porque copiar tudo de lá, tu devia ter só mencionado como funciona o mundo independente lá e dado dica de como melhorarmos nesse quesito, não meter o pau na tribo indie brasileira, porque ela tem essa porra de nome e não é você que vai mudar (Funk aqui é diferente do funk de lá fora, tu vai querer mudar isso também?)
calmae - "nosso conceito de indie é amis amplo"? pobixo, pelo contrário, é mais estreito - é gostar apenas de um tipo muito específico de rock anglófono, digamos assim.
O que o Dago tá discutindo é exatamente como mentes abertas e ativas podem ajudar a construir uma nova cultura, um novo jeito de pensar.
Se o mercado gringo é bem construído, como você disse, isso dependeu do envolvimento de outras pessoas - até para criar algo que possa virar um "trampolim" para esses artistas "famosos" que você está citando.
Não acho que "gostar de bandas famosas" deveria ser motivo de orgulho ou vergonha - todo mundo aqui curte Beatles, certo? O argumento do Dago não é de que você tenha que ouvir só coisas completamente obscuras para ser indie, e sim que você tem que ter ouvido aberto e sem preconceitos para música boa.
Na minha opinião, é isso que difere um fã de música que pensa de um babaca qualquer, basicamente.
muito bom o post, muito mesmo.
só achei pretensão demais essa frase:
"Fui no show do Think About Life. Você não deve conhecer a banda"
todo mundo que conheço, conhece...
enfim.
De arrogância você entende, pelo jeito, né?
Nunca entendi bem que merda é essa de indie. E to pouco me cagando pra isso. Mas, segundo suas próprias definições, tem indie no Brasil, sim. Mas "você não deve conhecer", parafraseando. Talvez não em Sao Paulo, onde os artistas (principalmente da música) são mais individualistas que qualquer outra coisa e os típicos "olha como passo minhas noites na augusta" se importam mais com o tenis que calçam do que com o que entra (e sai) na cabeça.
Acho babaquice extrema essa onda de rotular tudo e todos. E também essa arrogância indie (verdadeiro ou não) de desprezar os que não querem gastar tempo garimpando novos sons e simplesmente escolhem engolir o que o mercado lhes empurra. Até por que, mercado por mercado, o tal do indie, nessas definições, também é. E é um mercado que também empurra coisas a seus consumidores. Mas fazer o que, né? Viver em sociedade é uma constante busca por ser (ou só sentir-se) superior ao outro, sem perceber que, no fundo, é tudo a mesma merda, em diferentes proporções.
Pô..cena indie no Brasil, como disse, no modelo realizado no Canada rola sim, muito semelhante em Belém do Pará na cena tecnobrega...ou não?
Ou o estilo musical seria uma restrição para a definição de indie?
senti o mesmo cheiro de contradição que você sentiu, Rogério...
Caceta! Chorei. Principalmente eu que não sou porra nenhuma. Nem indie, nem cowboy de boideiro, nem badauê de axé. Parabéns nego! Sua raiva é fascinio total.
Tchézary.
Muito bom ler sobre isso, Dago. A questão do indie (ou qualquer rótulo que se queira dar)como postura de ação parece realmente ser o caminho.
Foi engraçado você citar o axé e o sertanejo como micro-ótica musical e compará-los aos fiéis do "indie".
Aqui no sul de Minas a gente tem observado este processo, que se iniciou há uns 10 anos, e chegamos às mesmas conclusões que você.
O sul de Minas é, por natureza e vocação econômica dominante, rural, florescendo música sertaneja em cada esquina. E passou por um processo de consolidação de micaretas nesse período. Resultado: 99% do eventos, desde pequenas festas universitárias às ainda tradicionais Exposições Agropecuárias, só se escuta esse tipo de música.
Nesse cenário, qual seria o caminho para uma banda independente?
Buscamos justamente o empreendedorismo, a formação de comunidade e a consolidação junto ao público local, que você observou em Montreal. O que era apenas banda, virou fábrica de cases, loja de instrumentos musicais, uma rede de bares, uma produtora de eventos e um escritório especializado em propriedade intelectual e cultura. Nesse momento, estamos agindo junto a legislativos e executivos para incluir nos orçamentos eventos que contemplem a comunidade das bandas e demais agentes da região. Está em construção um circuito sul mineiro de casas que recebem a música independente. O trabalho de formação de público avança. Pense: são 176 cidades, 12,5 milhões de pessoas. É um puta mercado. Estamos realizando todas estas coisas sem que haja a figura do "hype". Há é contato mesmo. Incrustrados nas montanhas.
Muito bom seu texto, e muito bom poder entender sem parcimônia o que um observador atento e apurado como você pensa dessa coisa toda que tá acontecendo.
Indie é diminutivo de indústria, de produção, de atitude. Essas sim, independentes.
Valeu
Platinny Paiva
platinny@setecopas.com.br
Só não entendi gastar um ponto pra falar que gosta do Lúcio, Dago. de verdade.
Acho que essa política de tapinha nas costas de jornalista corporativo não tem nada que ver, inclusive, com o tal espírito da Constellation que tanto te influencia - assim como a mim também. Mas sei lá. Coisas do indie nativo.
De resto, bom texto.
"porque eu amo ser brasileiro e tenho orgulho que a gente goste de coisas que tão famosas"
essa foi ótima
Não consegui ouvir o disco do tal do Dirty Projectors inteiro... um lixo, uma merda de banda pretensiosa hehehe.
Dago, você sempre foi uma das maiores referências em matéria de música para mim. Conheci e passei a gostar de várias coisas que ouvi em suas discotecagens e dicas aqui no blog.
Mas também sou obrigado a me manifestar no sentido de que não tem como concordar com tudo o que você falou.
Primeiramente, acho que tudo é uma questão de nomenclatura - e, em alguns pontos, também de gosto.
De nomenclatura porque o que você chama de indie aqui e o que você chama de indie de lá são coisas ligadas tão somente pelo mesmo nome, que, contudo, significa duas coisas completamente diferentes entre si. Neste sentido, gostei do exemplo que deram aqui nos comentários a respeito do funk americano dos anos 60/70 e do funk brasileiro (carioca).
Além disso, acredito que há algumas tentativas de fazer aqui no Brasil o que se faz lá no Canadá, embora com menos sucesso, obviamente.
E grande parte da falta de sucesso dessas tentativas se dão em virtude da inacreditável segmentação existente no tal "indie" brasileiro, que conta com muitos xiitismos e exageros no blasé que beiram o ridículo - aqui que talvez entre a questão do gosto.
Embora more em um buraco no meio do interior paulista, gosto de todos os gêneros musicais e acho "complexo de vira-lata" (parafraseando o Nelson Rodrigues) essa história de "aqui ninguém conhece nada" ou "aqui ninguém tem cabeça aberta" ou algo do gênero.
clap!
indie aqui é um babaca q ouve bandas que todo mundo conhece, mas que ele pensa que só ele conhece...por isso fica desfilando na Augusta de calça skinny, Wayfarers e lenço palestino e se achando foda (ou "hype", que é a palavra menos hype que pode existir)
tirou as palavras da minha boca.
tirou as palavras da minha boca.
Pois é Dago, assim como o Cassius aí em cima, acompanho teu trabalho há alguns anos (seja pela internet ou visitas ao Milo e ao Neu, não te conheço pessoalmente), e sempre o considerei uma espécie de norte musical, um cara que vê a música como algo maior do que simples mercadoria para consumo imediato (e que por isso necessitaria de categorizações tipo “indie”).
Mas a arrogância do tal “indie brasileiro” de que você fala não me parece muito diferente desta postura de olhar para tudo o que se faz aqui e dizer que “só existe cena” ou que “o público brasileiro é bundão”. Fica parecendo que, em vez de tentar criar por aqui iniciativas comunitárias como essa de Montreal, o que você quer antes de tudo é reafirmar como a gente não está nem perto de fazer algo do gênero.
Tendo comandado projetos como o da Tramavirtual e do Neu (pra ficar só nos dois mais visíveis), não acho que esta seja a sua posição. Mas textos como este, ao invés de atrair, só repelem uma galera que poderia se interessar em criar projetos independentes do mercado corporativo por aqui. Eu, pelo menos, ao ler isso tudo, sinto um bode imenso, como se não adiantasse nem começar a fazer nada, porque aqui é assim e nunca vai mudar. Posso estar enganado, mas acho que não é esta a reação que você esperava provocar.
baby, fato é que o povinho precisa se sentir rotulado pra se sentir gente, saca? então se não gosta de axé, gosta de dizer que é do rock. quando ser "do rock" passa a ser conviver com tiozinhos nos barzinhos da vila madalena, mudam o rótulo pra indie e vão passear na augusta, e por aí vai. babaca tem de monte por aí, rotulado ou não, e tem mercado pra todo mundo (ainda que pequeno e mal aproveitado).
A passada de mão na cabeça do Lúcio Ribeiro diz tudo: "o cara faz merda, mas só porque ele divulga a minha festa, vou deixar barato"...sei.
no brasil indie é o indie-all-star mesmo. o que os gringos chamam de indie a gente chama de, sei lá, "independente".
e tenho uma tese de que o godspeed brasileiro é o macaco bong. nesse lance deles tramparem na, com e para a cena (não em termos musicais, lógico; esse título é do labirinto). mas tenho que desenvolver ainda.
a maior piada ainda continua sendo a meia duzia de pau mole arrogante da Poplist
Me segurei para não comentar mas não deu.
Primeiro: é extremamente válido tudo o que foi falado OK!
Mas porra, o mercado "INDIE" brasileiro existe sim, pero, esta engatinhado.
Antes de tudo, cabe avaliar o numero de iniciativas bacanas surgindo. Como a série de bares e festas (beco 203, inmwt e tal), organizações como a Tronco e a ABRAFIN (por favor não me batam), a enormidade de blogs e sites (TramaVirtual) bandas sendo reconhecida em ambito nacional e internacional (como o Holger, CSS, Copacabana Club, Black Drawing Chalks).
Olha tudo isso, e me diz não tem cena? Não tem Indie?
Pow! desculpa mas não dá pra aceitar!
Falar que a cena é incipiente e tal, blz! Mas inexistente.
Porra se tá chamando atenção do mainstream como não vai existir.
Se não gostaram do que falei, ou se falei só merda reclamem
http://enjambra.wordpress.com/
Lazaro,
Eu sou da Tronco Produções. Agradeço muito o elogio, acompanho o seu blog, gosto bastante e sei da força que você dá para bandas independentes, como o Holger e o Black Drawing Chalks.
Acho que isso vale para todo mundo que comentou aqui, que eu acho que o que o Dago quis dizer, não foi um insulto a "cena" indie que está tentando engatinhar aqui no Brasil, e sim, à organização de tudo isso.
Quando ele usa o exemplo do Think About Life, a única coisa que eu consigo pensar é: "Por que isso não acontece por aqui?"
Principalmente em São Paulo, as pessoas são muito fechadas a coisas novas.
Eu já consigo ver uma certa diferença de mentalidade no interior, de gente buscando coisas novas, apoiando a cena local e tem cidades onde o mercado independente está se consolidando muito bem, como São Carlos, Mogi das Cruzes, Uberlândia, porque tem muita gente ralando para fazer tudo acontecer. E esse é o único ponto que eu discordo do Dago. Tem muita gente batalhando pra isso dar certo. Bandas, coletivos, produtoras, designers...
Mas, como em tudo no Brasil, São Paulo é referência. E para o mercardo independente, infelizmente, é uma muito ruim ainda.
-Gabriela
Bom, toco numa noite na augusta, num barzinho q tá começando agora.... e qual o termo que uso? Justamente INDIE, pro povo entender que vou tocar MGMT, Killers, Empire of the Sun, etc, etc.
Digo, meu gosto é muito mais plural e diversificado... me identifiquei demais com seu texto, tanto que minha noite diz "Da Disco ao Indie..." pq toco, na verdade, o que eu penso que seria realmente indie: gostar de música pq é boa, e não pq vendeu XXXX discos.
Abraço!!!
"Antes de tudo, cabe avaliar o numero de iniciativas bacanas surgindo. Como a série de bares e festas (beco 203, inmwt e tal)"
na minha opnião, tanto o beco, quanto o pessoal que frequenta, está bem mais interessado na música de sempre do mgmt, do que em qualquer outra coisa,nesse lugar a falta de expressividade é notável, o típico Brasileiro que fala demais e faz pouco.
Indie no Brasil hoje em dia tá bem mais ligado a um propósito visual, do que musical. Trabalho com um destes aliás, e claro, ele é fã de indie pop eletrônica (britânico claro), e coisas afins. Um dia, fui mostrar aquele AMP daqui, stoner rock bem foda do Recife, acho eu. Quando ele ficou sabendo que a banda era daqui ele descartou o disco na hora. hahaha
Sinistro...
Ruim pra ele Jexxx.
AMP é uma das bandas mais sensacionais que eu já vi!
Caralho Dago!!!! Vc esperava toda essa repercussão???? kkkkkkk
me diz uma coisa dago, como as pessoas incríveis de montreal e você lidariam com um estelionatário na cena? porque além de de nossas condições não serem favoráveis ainda somos obrigados a lidar com produtores picaretas.
a apropriação do termo indie pra qualquer tipo de rock a la strokes ou arctic monkeys é uma coisa escrota - feita no Brasil e fora dele. Meu maior problema com essa história toda é pegar esse termo que caracterizava um tipo de produção, um compromisso, uma coisa política, e transformar em all star, listras, calça apertada e o caralho a quatro.
não precisa nem entrar no mérito da música... mas tem uma grande diferença entre você dizer que gosta de indie rock e tá querendo dizer que gosta de MGMT, ou dizer que gosta de indie rock e tá querendo dizer FUGAZI, tá ligado?
essa apropriação do termo é um nojo, uma coisa de mercado-mídia escrota que engole tudo e transforma em produtinho. e a "cena paulista" comprou com força essa merda. sabe o que é indie de verdade em são paulo? um exemplo são os caras do rap. é isso que eu entendo por indie, foi assim que nasceu a palavra, é com isso que eu me identifico. não com Copacabana Club cantando "do it do it do it cos you want it", dancinha modernosa inconsciente na pista, Thiago Ney e Lúcio Ribeiro... abraço.
Deixa de ser ridiculo, nego vai la pra gringolandia ja se acha no direito de vir dar pitaco nas coisas do Brasil... essas discuções ridiculas ja perambulam por ai desde época de Goticos, Punks, a mais de 20 anos atraz...
O senhor que fique com sua neve ai e nós com o Sol aqui, maluko acha que é melhor que todo mundo só por que fica pagando pau pros gringos bestas ...
ah manoh, vai fazer algo de util, se maluco diz ser indie e quer ser, que seja, o que isso vai mudar? Te incomoda, é isso, então para de ficar botando o bedelho por aqui, e vai construir seu bonequinho de neve...
Falta de assunto hein... senhor canadense!
hahahaha adoro muito os comentários que endossam o seu texto, dago. muito.
Esse é um papo chato e prepotente, ao meu ver.
O Dago ainda esteve bem presente no que pode, queiram/gostem ou não, do indie brasileiro, com seu trabalho na trama virtual. MASSA, Dago!
O que penso é que a geral deveria mesmo parar de papo e agir. e agir empiricamente, nao ficar lotando caixas de blog com discussoes bestas. a pergunta é: O QUE VC FEZ PELO INDIE BRASILEIRO?
Sei que EU tenho feito, e um bocado!
Nao vale dizer que vai ao planeta terra e similares.
Quando VC foi do nada a um show de bandas brasileiras em uma quinta, quarta (dias que em geral sao dados as bandas NAO HYPES lucio/mtv/tronco/monstro/Fs e etc.)
Quando vc e seus amigos, afim de ver a cena acontecer, fecharam a rua do seu quarteirao, trouxeram todos os equips fudidos e ali tocaram??
Precisa-se de menos papo e mais atitude, sabia?
Alias, o que menos vejo nesses papos é a tal atitude, e quem tem é criticado, incrivel!
Só com esta população deste caloroso brasil, que é, por exemplo, coibida de ir e vir em suas cidades pelo pavor da violencia e não se indigna.(quem já teve o prazer de cruzar do queens ao lower east sem NEM ser notado sabe do que falo!)
Sø no Brasil, pais fadado a mais alguns 20 anos de povo fraco. (fico incredulo de ver a nova juventude, de verdade.)
Em nenhum lugar do mundo essa discussao acontesse, de se existe ou nao um mov. e o quao escrotas as pessoas envolvidas sao. E é tudo pra botar pra baixo, desprezar, inferiorizar.
Não esqueça que esses ditos "pseudos idie tupiniquim jacu" somos nós!! TODOS VCS inclusos (pois TODOS conhecem o tal Think about Life - nem ideia o que seja e assumo, gosto pouco de Fugazi!)
TRABALHO, pessoas. e menos flogs, blogs, facebooks e twitter. menos veneno. mais rua, mais atitude, nao no visual, mas na cabeça.
é bacana entender que na tao cultuada "gringa" o que se diz "indie" nao se resume a MELHOR banda que os blogs/produtores/ jornais dizem, vide Black drawning + Holger e SÓ eles (alias, gosto de ambos).
Lá, no indie, vc escuta de atlas sound a qualquer outra obscura garimpada que ninguem conhece. e TODOS lá estao afim de conhecer o novo e aplaudir.
Diferente daqui, onde uma banda pra ser legal precisa tocar no SXSW ou em Toronto.
Bandas brasileiras, BEM melhores do que muitas gringas tocam por precos modicos, nao ganham UM PUTO e POUQUISSIMA visibilidade (pois os meios se preocupam em falar dos chatos No age ou/e parecidos)
e precisam de vcs, consumidores, para estar perto e ver uma CENA girar.
Mas não, é eterna a tristeza de o brasileiro jovem médio burgues brasileiro de ser um gringo. Desculpe, pessoal. Talvez só na proxima encarnação, se forem Hindu/Budista.
Antes disso, TRABALHO. É o karma!
E FAÇAM ALGO PELA NOVA MUSICA BRASILEIRA, menos ficar de bate boca e chatisse.
QUE CHATISSE!
Sabe porque existe cena no Canadá? Porque existe "indie" no Canadá? Não só por uma série de fatores, inclusive alguns do que tu listou, mas principalmente, porque lá existe imprensa. Porque lá uma banda só com 4 músicas no myspace não fica na capa do caderno de cultura do maior jornal do país. Eu duvido se as tais "iniciativas" e "comunidades" que você listou aparecessem no Brasil não seriam prontamente boicotadas pelos seus amiguinhos da mídia que decidem quem vai e quem não vai fazer sucesso pra massa acéfala que você citou ( a não ser, é claro, se fossem da Tronco, da Trama, do Lúcio, etc). "Cena" no Brasil, como você disse, é um bando de moleque de classe média que vai em eventos de música mais pra aparecer do que qualquer coisa. Aonde o DJ, o "promoter", o zé ruela que pinta o cartaz ou qualquer um é celebridade pelos seus amiguinhos influentes, e simplesmente FODA-SE o que estiver tocando ou não. E não pense que o seu "Neu" ou a sua "Peligro" não fazem parte disso. Eu concordo com tudo que tu escreveu, mas antes de culpar um complexo de vira-lata do qual você mesmo faz parte (Montreal é melhor que a gente, mimimi, lá eles aplaudem meu set e aqui não (um parentese dentro do outro: daonde veio esse idéia estúpida de "indie" brasileiro que simplesmente todo mundo envolvido na organização de um evento ou etapa da produção musical tem que ser celebridade?)) pare pra pensar o tamanho do dano que o famoso QI (quem indica) fez pra tal "cena brasileira"
Primeira vez q estou lendo seu blog e gostei, apesar de não concordar com alguns pontos. Primeiramente pq não vejo problema nas pessoas se rotularem como indies e gostarem de MGMT ou qualquer outra coisa famosa. E depois, no meu caso, me considero um indie pq estou sempre acompanhando bandas e tudo o mais relacionado ao "nderground", e apesar de não faltar vontade, não posso fazer mta coisa em relção a isso por enquanto, pois sou um estudante universitário quebrado, ou seja, me rotulo como indie e não consigo fazer coisas além de curtir e apoiar um pouco as bandas. Realmente concordo com vc ao dizer que no Brasil o indie não é valorizado, pois temos mtas bandas boas aí como: Rock Rocket, Anarkaos, Churrus, Minotauro, Zé Trindade e por aí vai que têm que penar pra conseguir lançar um cd e divulgar. No mais é isso aí. Ótimo blog. Abraço
Eu nao me considero um "indie" mas crio uns posteres em serigrafia sobre musica: http://www.flavioh.com.br/rockposters.asp
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